domingo, 10 de julho de 2011

Resquícios de sonho passado

Estou trazendo os textos do meu outro blog para cá.
Quem sabe um dia eu consiga condensar tudo aqui e fico com apenas um blog.
Esse é um sonho que ainda vou realizar. Por enquanto, curta ai o primiero texto que veio de lá.



Estava no carro com minha tia. Não podia ouvir o que ela falava, só via as coisas acontecerem ao nosso redor, em câmara lenta e em preto e branco. Entramos na garagem de uma casa, que já estava com uns quatro ou cinco carros estacionados, em um deles, lí a palavra "POLÍCIA" em letras garrafais.

Nada daquilo fazia sentido para mim, até que entrei na casa, ainda sem ouvir o que as pessoas diziam. O cheiro era insuportável, pude perceber o rosto de minha tia se contorcer, mas não sei o que ela disse. Mas de uma coisa eu tinha certeza: algo tinha acontecido naquela casa, mais o quê?


Já no corredor principal da casa, uma lembrança me veio a cabeça. Alí parei e comecei a recordar a cena que me veio como um relâmpago em um dia de chuva.

A imagem é da noite anterior. Alguém entra pela porta da frente, vai até a cozinha, pega uma faca e vai em direção ao quarto do casal, que se prepara para dormir.

A primeira vítima é o homem, que ao se assustar com a presença inesperada, vai contra o vulto para se defender. É golpeado com incontáveis facadas, em todas as partes do corpo.


A mulher, assustada com a brutalidade dos fatos, grita e acorda os filhos, que presenciam a mesma brutalidade, mas ao invéz de gritos, retribuem com lágrimas. Assim como o marido, a mulher é brutalmente esfaqueada e arrastada para perto do corpo ainda quente de seu marido.

As crianças, por não demostrarem mais reação, são esfaqueadas simultaneamente, como se aquele vulgo quisesse dividir algo de forma igualitária entre os dois pequenos corpos, que por serem visivel e fisicamente mais frágeis, levam poucas perfurações.

Não contente com todo aquele sangue, toda aquela brutalidade, o tal vulto assassino ainda volta à cozinha, escolhe na gaveta uma faca maior e volta ao quarto do casal. Chegando lá, descobre um novo personagem, um cachorro.

Este, ao se perceber sozinho, reconhece no vulto, quem sabe um salvador, um novo dono, e o enche de carinho. A forma que o vulto encontra para retribuir este carinho não podia ser diferente do que já havia acontecido ali e o cão também sofre com os golpes da nova, maior e mais afiada faca.

As crianças, dessa vez, foram polpadas. Seus corpos foram desleichadamente arrastados para suas camas e cobertos. Os pais e o amigo cão, não tiveram a mesma sorte. De seus corpos foram retirados pedaços enormes de carne, de variados lugares. Essas partes foram minusciosamente cortadas em cubos e distribuidas por todos os cômodos da casa.

Após esses inúmeros atos, cansado, o vulto deitou na cama do casal, com as duas facas e dormiu o sono dos (in)justos.

Eu, agora ouvindo o que as pessoas dizem, vendo os fatos em tempo real e já com cores, me vejo no mesmo lugar de antes, parada no corredor principal da casa. Mas a casa, antes suja, com cheiro de sangue, moscas e pedaços de carne humana por todo lado, agora está limpa, sem móveis e com pessoas que reconheço dentro.

Ao meu lado, uma televisão transmite a reportagem, onde fala que o assassino ainda não foi encontrado e que as autoridades não tem nem pistas, nem suspeitos. Ao voltar o olhar para aquele cenário, reconheço o vulto, ao me olhar no espelho.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Resquícios de dualidade

Hoje, dia 8 de julho, sai de casa não para trabalhar, mas para dar uma arrejada na cabeça e respirar novos ares.
Fui até uma praça no centro de Rio Preto e presenciei o finalzinho de um espetáculo de rua. Coisas que só o FIT faz pelo povo.
Foi lá também que tive uma das experiências mais fabulosas da minha vida.

Sempre andei ali pelo centro, principalmente na época da Copa e não me lembro de ter visto nenhuma cigana. Se bem que não tenho muito certeza que era cigana.
A mulher veio e me disse:
- Não precisa ter medo, vai dar tudo certo.
Dei um sorriso meio que desajeitado e a mulher pediu minha mão. E, já com outro receio, fui logo dizendo que não tinha um centavo furado no bolso.
- Pedi sua mão, não sei dinheiro.

Depois da patada mais educada que já recebi em 27 anos (pode acreditar), resolvi dar a mão e um voto de confiança a tal cigana.
E ela começou com suas revelações.
- Como toda pessoa de gêmeos, você tem duas almas. Uma bióloga e a outra jornalista.

Disse ainda que a primeira era muito forte e dominava a segunda, não deixando que ela se manifestasse. De repente, um desejo de liberdade muito grande fez com que as duas entrassem em guerra. A segunda alma ganhou. Essa, ainda segundo a cigana, sou eu hoje. Autêntica, impulsiva e sonhadora.

As coisas não param por ai.
Ela ainda disse que enquanto uma é apaixonada, a outra na acredita no amor, por isso encontro muito bem o meio termo. Até aqui eu não estava acreditando muito no que a cigana estava falando. Olhava ao redor, pensando que algum amigo fanfarrão estivesse me pregando uma pequena peça.

Foi quando ela começou:
- Não duvide, a sua alma é confiante. Não deixe que o medo e a incerteza da outra te tire a vida.
Tá, tudo bem, já que é assim. E ela continuou e me deixou com ainda mais medo.
- Você tem muita sorte. Nenhuma das suas almas gosta de sertanejo, mas você vai se dar muito bem com esse novo desafio. O que não pode fazer é desistir na primeira barreira. Você vai saber lidar bem com isso, é apenas um novo trabalho, um desafio. A sua segunda alma é apaixonada por isso. A primeira vai ajudar você a separar as coisas. Ao final você vai se divertir trabalhando.

Como assim???
Para tudo. Essa mulhar sabe muito mais da minha vida do que eu mesma, que convivo comigo todo santo dia.
Por fim ela disse para eu ir para casa. Que o tempo estava começando a esfriar e eu estava sem agasalho, minha garganta podia piorar.

Agradeci e por educação perguntei quanto era.
Mais uma vez a mulher me surpreendeu e já saindo da minha vista disse que 'havia pedido a minha mão, e não o meu dinheiro furado'. Ao olhar para trás não ví mais a tal misteriosa cigana.
Será que realmente tive a minha mão lida hojeno centro de Rio Preto?
Estive hoje no centro de Rio Preto?

Só tive certeza que sim depois de encontrar o comprovante do quibe crú com coalhada que comi em um restaurante árabe lá do calçadão.
Não sei se devo acreditar nas palavras lidas da minha mão, sei que muitas delas dizem muito sobre mim. Não gosto de sertanejo mas estou apaixonada pelo meu novo trabalho. E faço exatamente o que ela disse, me diverto trabalhando.

Acaso ou não, assim sou eu, uma geminiana complicada e perfeitinha.
Não cutuca com vara curta por que eu mordo.

#por_hj_é_só

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Resquícios de...

Como podem ver, já me  faltaram palavras para dar título a este post. Mas mesmo assim vamos lá.
Começou, termina.

A ideia surgiu depois que cheguei no ex apartamento da Ana e ví as suas feições mudarem.
Lembrei de quando eu fiz a minha primeira mala para vir pra Rio Preto.
Dentro dela coloquei três ou quatro calças jeans, uma ou outra saia, um short e blusinhas variadas. Eu ficaria alguns dias na cidade para fazer o teste do BOM DIA.

Deu tudo certo. Voltei para Ilha e tive que fazer a mala mais uma vez.
Estava de mudança para Rio Preto. Ainda não tinha onde morar, não sabia o que levar e o medo de sair de casa mais uma vez e não dar conta do peço das responsabilidades não me deixava pensar.

Coloquei ali as minha melhores roupas, toalhas, lençóis. Peguei meu travesseiro, alguns livros e rezei para que tudo desse certo. Deu. Não sei bem a que anjo agradece, rezei para tantos.
Sei que o pior passou. Demorou, mas passou.

Com a Ana aconteceu o mesmo. Sua estadia em Rio Preto foi muito rápida. Ela mal tinha se acostumado com a vida aqui quando teve que fazer as malas novamente.
Ao conversar com ela comentei que toda mudança é bem vinda. É melhor se mudar de uma cidade para a outra do que voltar para a sua de origem.

Calma minha amiga. As coisas vão melhorar.
Todo começo é difícil e é assim que a  gente consegue forças para levantar de todo e qualquer tombo, sacudir a poeira e seguir em frente, sempre lutando.

Há alguns dias atrás conversamos e 'cantei' pra você o pedacinho da música da minha amiga Aline Costa. Vou repetir ela por aqui. Não se esqueça dela nunca.

"Temos que esperar o tempo de Deus,
SEi que seus planos, não são como os meus.
Se agora choro por não conseguir,
Deus sabe o que melhor pra mim"

Acredite no papai do céu tchutchuzinha.
A dor de ver o seu apartamento todo gracioso ficando para trás vai ser superado rapidinho, você vai ver...
Acredite e não discorde da minha pessoa nunca.
E já sabe, precisando é só me chamar.
Não prometo ir pra Araçatuba, mas a gente pode ficar horas conversando pela net.

Reencontrar você foi muito bom e encontrar a Terezinha e a Marlene no mercado me fez perceber que existem coisas que, mesmo que a gente não queira, vão ser eternas.
A nossa amizade é uma dessas coisas.

Ela é doida, mas é minha amiga.
É avoada, mas é minha amiga
Ela não bate bem, mas é minha amiga.
Ela tem muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitos defeitos, mas fazer oque, ela é minha amiga...

Vai com Deus tchutchu. Sucesso sempre.
Saiba que pode contar comigo, sempre.

sábado, 2 de julho de 2011

Resquícios de até logo

Exatamente quinze dias depois da minha saida do BDRP passei a tarde toda sapiando para cá e para lá com meu novo 'chefe'. #faz-merir
Shopping, escritório do Nene Homsi e de lá para o escritório da dupla Victor e Matheus. (@victorematheus)
Depois de conhecer os dois ainda melhor e ganhar um mega sorvete do Victor, uma amistosa reunião selou de uma vez por todas a nossa relação.

Depois de uma aparição na twitcam repleta de fãs pedindo os sucessos da dupla, eu e meu chefinhos seguimos nossos rumos.

Ah, esse video ai ao ládo é da nova música da dupla Victor e Matheus, 'Te Avisei'. Todo mundo tá cantando o "tchutchu tchururu".

A moral dessa parte da história? Eu, com o suporte desse meu chefe, sou assessora de comunicação da dupla. Estou feliz da vida.
Obrigada pelos parabéns.

Foi depois disso que passei no BBRP para buscar alguns jornais.
Voltar ali me deu a sensação de que fiz a coisa certa.

Antes de subir os degraus que no primeiro dia me assustaram, encontrei a tia Bil. Louca como sempre não me reconheceu logo de cara.
- Quem é essa japonesa saltitante?
Ao final da escada encontrei o Getúlio em sua cadeira rebaixada.

Nostalgia eu senti ao abraçar o Lavezonte. Já sinto falta das nossas conversas tortas por cima do biondo da baia. E ao ver que minha mesa, tão amada, já estava ocupada. E muito bem ocupada.
O menino Jorge estava ali ao lado, meio que boquiaberto com minha presença.

Dalí segui comprimentando toda a redação. O Fernandinho sempre educado. O Lú sempre concentrado.
A doida da tia Nany não estava, pena. O Ademir gostou do visual e a Jana disse algo que adorei, mas confesso que já esqueci.

O Roger devia estar comendo algo ou meditando. O Bruno estava em seu lugar de origem, e sempre com a mesma calma. O Sid sempre em seu cantinho escuro. O Saulo e o Paulinho ali no cantinho, sempre se esquivando dos ataques de fúria do rabugento do Vinícius.

Pode parecer despeito, mas não senti saudade.
O clima continua o mesmo e agora parece que ainda mais pesado.
Ao final da viasacra de 'ois' encontrei a Ana Lígia, que agora é a única moça na minha ex-baia.

O BDRP me abriu muitas portas. Por isso eu agradeço a cada uma das pessoas que contribuiu para o meu aprimoramento jornalístico.
Agradeço ao incentivo do Lavezonte. À paciência da tia Bil. Os berros enlouquecedores do Roger. Ao modo tranquilo e sereno do Bruno em me passar uma pauta. Na experiência da Jana ao revisar meu texto de esporte.

Ao Vinícius por me passar dicas pela net quando tive que cobrir a política de Mirassol. Aos tantos e tantos conselhos do Get. À insistência da Ana em me fazer usar o 'pai dos burros' ao invés de perguntar se abacaxi é com 's' ou 'ch'.

Ao malandro do Lú e suas notas de bairro. Às bebedeiras animadas com a tia Nany. Às trapalhadas e gargalhadas da Mona na minha janela ao cair da tarde. Aos cliques e mais cliques do Boni, Zé, Meninão e Sid. Isso sem esquecer das caronas do Valdir.

Agradeço ainda ao menino Jorge, por me enfernizar até conseguir me arrancar uma risada. Ao Paulinho pelos riscos da páginas que às vezes nem usei. Ao Fernandinho agradeço, acima de tudo, ao meu presente de amigo secreto, já lí os 5 livros 3 vezes. #ficadica

Mas o meu maior agradecimento vai à duas pessoas que já não estão mais no BDRP, os dois ex-editores-chefe.
Ao Zanetti por ter acreditado em um pedaço de papel que é conhecido como 'curriculum vitale'. Ao Rondom por ter percebido, mesmo que em pouco tempo, que eu já não tinha mais energia para estar ali.
Do primeiro ainda guardo mágoas profundas. Do segundo a única mágoa que fica foi não ter tido a oportunidade de nos conhecermos melhor.

Agradeço também a todas as pessoas que entrevistei, a todas as assessorias que me atenderam.
Assim que um ciclo se encerra, outro começa.
E aqui estou eu novamente, ainda na área, mas agora disposta a nutrir as páginas do BDRP com informações sobre os meus clientes.

Já vou log avisando hein, Lavezo:
- Quero página dupla para as minhas pautas. E ai de você se não me prestigiar com elas depois de um ano e meio fazendo você aturar as minhas chatisse.
Hahahaha.

Fica aqui meu até logo para você.
Um dia volto com o café da tarde que tanto gostam e com um convite para uma visita a um lugar todo especial.
#surpresa

Beijo e me chama no rádio, agora eu sou chique, tá?

#obrigada