domingo, 31 de março de 2013

Resquícios de pausa


Chega uma hora que temos que parar.
Parar pra pensar. Parar de pensar.
Já pensei tanto que cheguei a conclusão de que devo começar a fazer as coisas assim, sem pensar.

E sem pensar chego a conclusão de que tenho que parar pra amar. Ou seria melhor parar de amar?
Sim, perdi muito tempo parada no mesmo lugar, jogando todo meu amor fora.
Parei de amar. De te amar.

Assim, parando, é que consegui força para recomeçar.
Aos poucos fui percebendo o que realmente vale a pena, o que vou guardar para o resto da vida e o que eu não devo deixar mais fazer parte dela.

Depois de ter estacionado na contra mão, de ter parado pra pensar, de pensar, parado pra amar e ainda parado de amar, agora é hora de iniciar uma nova caminhada.

Acho bom sair do meu caminho, pois toda vez que paro, volto com tudo. Te encontro lá na frente, já sei que vai comer muita poeira minha.
Beijo.


terça-feira, 19 de março de 2013

Resquício de 1 mês.

Um mês. Hoje se completam exatos trinta dias. Ou seriam setenta e cinco?

Um mês de silêncio. Trinta dias sem uma palavra sequer. Setenta e cinco dias mergulhada no mais absoluto vácuo. Isso por minha causa.
 
Silêncio esse recheado de cores, dores e um único amor. Um silêncio teimoso, que não quer calar, que de tão tolo grita dentro de mim, mas que não é ouvido por ninguém. Não pode ser ouvido.


Um silêncio traduzido em cores. Cores de tons fortes, que pulsam, que queimam. Vermelhos. Que fazem um perfeito contraste com o branco da pureza que nele existia. Não, não existe mais.
Mas nem tudo que existia ali se foi.

Ainda sobram as dores. Elas são as únicas que teimam em contrariar as regras e fogem do silêncio. Do silêncio escapam com os gemidos contraditórios, ora de dor, ora de alívio. O soluçar do choro faz companhia as respirações ofegantes e ao riso descontrolado, que tenta disfarçar enlouquecidamente a lágrima que escorre pelo rosto já sem o sofro de vida.

E as dores da alma? Essas não falam. Essas não tentam fugir. Essas apenas sussuram. Além disso elas ainda martelam o corpo já fadigado. Uma briga em vão, mal percebem elas que eu já me dei por vencida.

O amor. Ah, o amor. Seria esse o único e verdadeiro amor que conheceria em minha vida? Um amor que vem de dentro. Que é verdadeiro apenas por existir. Sim, seria e não será mais. Existiria. Com ele eu também acabei. Sim, eu acabei.

Um mês.

Trinta dias. Se somadas temos setecentas e vinte horas do mais vil arrependimento. Arrependimento esse que vem acompanhado de tantos outros sentimentos e que misturados a todos os hormônios possíveis, e desconhecidos, transformam tudo.

Os sentidos se perdem. O que era certo nunca foi. E o errado? Esse sempre se atribui a mim.
E você? Peça extremamente fundamental para o começo de tudo se encontra apenas no meio para o fim. Sim, é no meio para o fim.

Trinta dias.

A soma exata do meu suplício. Que por definição de Michaelis significa, além de outras coisas: grande sofrimento moral; aflição intensa e prolongada. Sofrimento cruel; grande tormento.

Setenta e cinco.

Por mais que seja extenso. Por mais que seja duas vezes e meia maior que o primeiro período. Por mais que fosse só. Por mais que fosse apenas. Por mais que fosse egoísmo, loucura. Por mais que fosse... deveria ser.
Ser só. Apenas ser. Ser... e não era.

Era tudo meu, do corpo à alma.
Tudo meu, desde a decisão do sim à renúncia do não.
Era. Foi. Deixou de ser.
Passado.
Isso por que resolvi incluir, em uma linha deste texto, você.

Você que só estrelou por cinco dias, cento e vinte horas e nenhum, minuto a mais. Nenhum segundo a menos. Você que "transformou" o meu céu azul e um mar vermelho sem fim.

Você, que se somado a mim, não é nada. Eu, que quando somada a você, era isso.
E eis que voltamos ao era.

Foram quarenta e cinco dias.
Se foram mais trinta dias.
Ao todo setenta e cinco.
Para mim os quarenta e cinco primeiros foram divinos. Mesmo sem saber. Compreender. Querer. Ser.
Os trinta que se seguiram foram, e sei que continuaram sendo, vazios.

Pra você? Tudo se resume a nada. Assim você foi, assim você é, assim você será.
Nada.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Resquícios de perda

Hoje meus pensamentos voltarem a me atormentar.
Voltaram a relembrar daquele dia. Daquela noite e mais uma vez, chorei.

Senti de novo a dor. Aquela mesma dor. Que não para, que não passa e que, ao mesmo tempo, não existe. A dor pela renúncia do sim. A dor pela escolha do não.
A dor comum a mim. A dor que não pude compartilhar com ninguém.
A dor que só você sentiu, mesmo sem saber.

O medo voltou a correr pelas minhas veias.
Um medo confuso, que não se deixa entender. Um medo sem cheiro, mas que incomoda, que me causa enjoo. Ora um medo com ar de alívio, ora uma sensação de culpa. Isso se traduz de apenas uma forma: medo do amanhã.

Culpa?

A dúvida voltou a surgir: por que?
E os por quês que se cruzam, não são capazes de responder a nenhuma das perguntas.
Não responde sobre a dor. Não é conforto para o medo e não se encontra com o começo de tudo. E ainda temos a culpa. Temos? Eu tenho.

Mas... onde tudo começou?
Pra mim: desde sempre. E sempre se traduz no dia em que os olhamos pela primeira vez.
Pra você: eis o começo. O começo do meu fim.
E para nóis dois?

Nós dois.

Uma equação matemática capaz de ser resolvida por qualquer criança de 6 anos.
Equação essa onde 1 + 1 é sim, e sempre foi, igual a dois.
Oque fizemos para que essa equação nunca chegasse a esse resultado ainda é uma incógnita.
Incógnita essa que continuará sem uma respota.

Já fizemos essa soma ser igual a 1. Assim como já fizemos ser igual a 3.
Hoje, depois de tudo isso descobrimos que a equação estava errada.
O certo seria 3 - 1 = 2.

Hoje somos assim, dois.
E que assim seja. Hoje, amanhã e sempre.
Te amo por tudo, te amo por nada, te amo apenas por não saber mais o que sentir.

Obrigada.