O titulo desse post deixa margem a duas interpretações, ou
até três, quatro (...) mas isso já fica a gosto do leitor mais atento.
Seria “mau” ou “mal” agosto? Poderiam ainda ser “Resquícios
de um mau (mal) agouro”?
Pense...
Bom, deixemos o lero-lero sobre o título de lado e vamos ao
que realmente interessa.
Agosto não foi um bom mês para mim. Posso dizer, ainda que
por alto, que foi o pior de todos os meses deste ano na minha vida. (Se fosse
uma letra de música do Titãs ninguém iria falar nada sobre essa sequencia, né?)
Na semana que antecedeu o malfadado mês dois acontecimentos
me marcaram muito. O primeiro deles poucas pessoas sabem, muitas se assustariam
em ficar sabendo e outras, assim que lerem este post, vão me ligar e perguntar:
“por que você não contou isso pra gente?”
Bom, trabalho em uma
empresa (Impacto Ticomia Foto e Filmagem) que tem sua matriz em Bauru e filial
em Rio Preto. Por conta disso tenho que fazer algumas viagens. Na volta de uma
delas, cansada por ter feito bate-volta, quase me envolvi em um acidente.
De carro novo, mais potente e seguro que o finado Leite
Ninho, estava aflita atrás de um caminhão e resolvi o ultrapassar, na subida.
Ao final dela, e ainda no meio do caminhão, eis que vejo duas luzes na minha
frente.
Não tive muito tempo para pensar, freei, puxei o carro para
o acostamento e os dois fachos de luzes brilhantes pensaram no mesmo. Para
minha sorte os tais faróis conseguiram voltar para a pista e equilibrar o carro
entre o caminhão e a bunda da Maria Antonieta. (Apelido carinhoso do meu
carro).
Eu, por obra e mão divina, consegui segurar o carro no
acostamento. Depois de alguns metros queimando pneu pela pista eis que vejo o
caminhão seguindo seu curso como se nada tivesse acontecido. Ao olhar para trás
vi que os fachos brilhantes de luz branca tinham se transformado em duas bolas
vermelhas de fogo. Assim como eu, estava ele parado no acostamento, ileso a
tudo aquilo.
Nervosa, com as pernas bambas, agradecendo aos céus por ter
nascido novamente, segui meu caminho, a 80 km por hora, até chegar a um trevo
onde dois motoristas não tiveram a mesma sorte que eu e o outro.
Ao chegar em Rio Preto resolvi beber um chopp com a Dani, apenas
para comemorar a possibilidade de poder curtir, mais um pouco, a vida. Só assim
eu conseguiria tirar da minha cabeça os dois fachos de luz, que até hoje, em
alguns momentos, ainda aparecem diante dos meus olhos, apenas para me lembrar
que tenho muito que ver e viver nessa terra (quente) de meu Deus.
No dia seguinte outra notícia acabou com minhas noites de
sono mal dormidas. Descobri, da pior forma possível, que eu não fazia parte dos
planos daquele que, mesmo sem saber, já fazia parte dos meus.
Conheci um rapaz, me encantei por ele e por seu sorriso bobo,
joguei charme, ganhei “bons dias” incríveis e finalmente consegui roubar um
selinho. Disso surgiram várias mensagens, troca de carinhos, cumplicidade e de
repente uma ilusão quebrada.
A ilusão era minha. O encantamento era meu. Os carinhos, as
mensagens, até a cumplicidade. Tudo isso era só meu. Apenas eu vivi, só eu
senti. O todo, quando se quebrou, quebrou apenas para mim. Triste, não.
Revoltante.
Depois disso, e de outros acontecimentos que surgiram disso,
uma pausa seria o melhor a fazer para deixar que a poeira baixasse. Visto que o
que falta em Rio Preto é chuva e que minhas lágrimas nunca, eu disse nunca, vão
baixar poeira alguma.
Por conta da Impacto Ticomia (empresa que organiza as melhores
festas de formatura do Brasil) fiquei uma semana em Ilha Solteira, minha linda
ainda mais quente, cidade natal. Participei efetivamente da formatura da Unesp.
Lá encontrei amigos que há muito não via, outros que já não converso mais e uma
gana de pessoas que, ano após ano, vão há formatura da Unesp com o mesmo
vestido, com o mesmo terno.
Entre tudo isso, algumas ponderações: foi emocionante
participar da colação de grau e ver a alegria estampada no rosto de uma pessoa
em especial. Extremamente importante poder partilhar da alegria da Dani na hora
de passar os adereços durante o jantar e melhor ainda foi reencontrar pessoas
no baile.
Dentre essas estão: Samambaia e Frutal, amigos que não via há
três anos. Mição, Anãozinho, Maranhão e Slot, que não me recordo quando vi pela
última vez. Cearé e Calandrelli, parceiros para todas as horas. Maca, Fer, Japa
e tantos outros bois... (Brincadeiras a parte meninos).
De volta a Rio Preto.
Depois de acordar muito atrasada em plena terça-feira, que
por sinal estava bem ensolarada e quente, não dei a devida atenção ao Joaquim,
minha calopsita. Apenas passei por ele para abrir um pouco a janela da
lavanderia, para que não ficasse sufocado dentro de casa.
Ao voltar para, depois de um expediente nada fácil, não
ouvir a “voz” dele em resposta ao meu chamado era sinal de tragédia anunciada.
E foi. O Joaquim encontrou a fresta da janela e bateu asas, para nunca mais
voltar.
A ausência dele só não é maior que a minha culpa por não ter
sido uma boa mãe. Devia sim ter cortado as asas dele, mas por medo de um passado
não muito distante, quando ele caiu por conta da asa cortada e machucou o pé,
não o fiz.
Como se já não bastassem todos esses acontecimentos, para
terminar bem o mês, bati meu carro. Maria Antonieta caiu de cara em uma valeta
e meio que me deixou na mão. Comigo nada aconteceu, graças a Deus, já estava
machucada demais por conta de todos os acontecimentos do mês.
Acabou.
Não só o post, mas também o mês. Acabou e começou de novo,
setembro, como se nada, além da folhinha no calendário, tivesse mudado.
Mas eu sigo, firme e forte, em busca de novos e maravilhosos
motivos para celebrar a chegada de outubro, novembro, dezembro. A chegada de
2013. E por sua sequencia, janeiro. É aqui que vou entender, com todas as
letras, as palavras que me foram ditas no dia 6 de junho de 2012 pela minha
loira amada (Tassi):
- Vou me casar e você vai ser minha madrinha.
Fiquei extremamente feliz. Meses depois me veio a tristeza.
Não tenho nem competência para dar a minha prima um padrinho. Vou eu e o ponto
de interrogação para o tão esperado casório. “É pa cai o cu da bunda mesmo
viu...”