segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Resquícios de mau agosto



O titulo desse post deixa margem a duas interpretações, ou até três, quatro (...) mas isso já fica a gosto do leitor mais atento.
Seria “mau” ou “mal” agosto? Poderiam ainda ser “Resquícios de um mau (mal) agouro”?
Pense...

Bom, deixemos o lero-lero sobre o título de lado e vamos ao que realmente interessa.
Agosto não foi um bom mês para mim. Posso dizer, ainda que por alto, que foi o pior de todos os meses deste ano na minha vida. (Se fosse uma letra de música do Titãs ninguém iria falar nada sobre essa sequencia, né?)

Na semana que antecedeu o malfadado mês dois acontecimentos me marcaram muito. O primeiro deles poucas pessoas sabem, muitas se assustariam em ficar sabendo e outras, assim que lerem este post, vão me ligar e perguntar: “por que você não contou isso pra gente?”

 Bom, trabalho em uma empresa (Impacto Ticomia Foto e Filmagem) que tem sua matriz em Bauru e filial em Rio Preto. Por conta disso tenho que fazer algumas viagens. Na volta de uma delas, cansada por ter feito bate-volta, quase me envolvi em um acidente.

De carro novo, mais potente e seguro que o finado Leite Ninho, estava aflita atrás de um caminhão e resolvi o ultrapassar, na subida. Ao final dela, e ainda no meio do caminhão, eis que vejo duas luzes na minha frente.

Não tive muito tempo para pensar, freei, puxei o carro para o acostamento e os dois fachos de luzes brilhantes pensaram no mesmo. Para minha sorte os tais faróis conseguiram voltar para a pista e equilibrar o carro entre o caminhão e a bunda da Maria Antonieta. (Apelido carinhoso do meu carro).

Eu, por obra e mão divina, consegui segurar o carro no acostamento. Depois de alguns metros queimando pneu pela pista eis que vejo o caminhão seguindo seu curso como se nada tivesse acontecido. Ao olhar para trás vi que os fachos brilhantes de luz branca tinham se transformado em duas bolas vermelhas de fogo. Assim como eu, estava ele parado no acostamento, ileso a tudo aquilo.

Nervosa, com as pernas bambas, agradecendo aos céus por ter nascido novamente, segui meu caminho, a 80 km por hora, até chegar a um trevo onde dois motoristas não tiveram a mesma sorte que eu e o outro.

Ao chegar em Rio Preto resolvi beber um chopp com a Dani, apenas para comemorar a possibilidade de poder curtir, mais um pouco, a vida. Só assim eu conseguiria tirar da minha cabeça os dois fachos de luz, que até hoje, em alguns momentos, ainda aparecem diante dos meus olhos, apenas para me lembrar que tenho muito que ver e viver nessa terra (quente) de meu Deus.

No dia seguinte outra notícia acabou com minhas noites de sono mal dormidas. Descobri, da pior forma possível, que eu não fazia parte dos planos daquele que, mesmo sem saber, já fazia parte dos meus.
Conheci um rapaz, me encantei por ele e por seu sorriso bobo, joguei charme, ganhei “bons dias” incríveis e finalmente consegui roubar um selinho. Disso surgiram várias mensagens, troca de carinhos, cumplicidade e de repente uma ilusão quebrada.

A ilusão era minha. O encantamento era meu. Os carinhos, as mensagens, até a cumplicidade. Tudo isso era só meu. Apenas eu vivi, só eu senti. O todo, quando se quebrou, quebrou apenas para mim. Triste, não. Revoltante.

Depois disso, e de outros acontecimentos que surgiram disso, uma pausa seria o melhor a fazer para deixar que a poeira baixasse. Visto que o que falta em Rio Preto é chuva e que minhas lágrimas nunca, eu disse nunca, vão baixar poeira alguma.

Por conta da Impacto Ticomia (empresa que organiza as melhores festas de formatura do Brasil) fiquei uma semana em Ilha Solteira, minha linda ainda mais quente, cidade natal. Participei efetivamente da formatura da Unesp. Lá encontrei amigos que há muito não via, outros que já não converso mais e uma gana de pessoas que, ano após ano, vão há formatura da Unesp com o mesmo vestido, com o mesmo terno.

Entre tudo isso, algumas ponderações: foi emocionante participar da colação de grau e ver a alegria estampada no rosto de uma pessoa em especial. Extremamente importante poder partilhar da alegria da Dani na hora de passar os adereços durante o jantar e melhor ainda foi reencontrar pessoas no baile.

Dentre essas estão: Samambaia e Frutal, amigos que não via há três anos. Mição, Anãozinho, Maranhão e Slot, que não me recordo quando vi pela última vez. Cearé e Calandrelli, parceiros para todas as horas. Maca, Fer, Japa e tantos outros bois... (Brincadeiras a parte meninos).

De volta a Rio Preto.

Depois de acordar muito atrasada em plena terça-feira, que por sinal estava bem ensolarada e quente, não dei a devida atenção ao Joaquim, minha calopsita. Apenas passei por ele para abrir um pouco a janela da lavanderia, para que não ficasse sufocado dentro de casa.

Ao voltar para, depois de um expediente nada fácil, não ouvir a “voz” dele em resposta ao meu chamado era sinal de tragédia anunciada. E foi. O Joaquim encontrou a fresta da janela e bateu asas, para nunca mais voltar.

A ausência dele só não é maior que a minha culpa por não ter sido uma boa mãe. Devia sim ter cortado as asas dele, mas por medo de um passado não muito distante, quando ele caiu por conta da asa cortada e machucou o pé, não o fiz.

Como se já não bastassem todos esses acontecimentos, para terminar bem o mês, bati meu carro. Maria Antonieta caiu de cara em uma valeta e meio que me deixou na mão. Comigo nada aconteceu, graças a Deus, já estava machucada demais por conta de todos os acontecimentos do mês.

Acabou.

Não só o post, mas também o mês. Acabou e começou de novo, setembro, como se nada, além da folhinha no calendário, tivesse mudado.

Mas eu sigo, firme e forte, em busca de novos e maravilhosos motivos para celebrar a chegada de outubro, novembro, dezembro. A chegada de 2013. E por sua sequencia, janeiro. É aqui que vou entender, com todas as letras, as palavras que me foram ditas no dia 6 de junho de 2012 pela minha loira amada (Tassi):
- Vou me casar e você vai ser minha madrinha.

Fiquei extremamente feliz. Meses depois me veio a tristeza. Não tenho nem competência para dar a minha prima um padrinho. Vou eu e o ponto de interrogação para o tão esperado casório. “É pa cai o cu da bunda mesmo viu...”

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