segunda-feira, 20 de junho de 2011

Resquícios in love.

Na semana do Dia dos Namorados a diretora executiva do BOM DIA, jornal onde eu trabalhava (pois é... depois conto tudo), me fez uma encomenda:
-Preciso de uma reportagem sobre um casal que namore pela internet, consegue fazer para sair no domingo? Uma página com foto?
-Claro.

Todos falavam que eu era a rainha da malandragem, e eu de certa forma gostava disso. Hoje vejo que eu era mesmo. Fiz a reportagem e o resultado é esse ai em baixo.
Não me lembro muito bem qual foi a matéria que derrubou ela, mas tem a ver com invasão indevida de casas alheias. #queraivaviu


Ela mora em Rio Preto. Ele, em Santa Rita do Passa Quatro. Entre os dois existe uma distância de 290 quilômetros, que não os impede de se ver todos os dias.

A opção encontrada pela dupla de amigos virtuais é a solução de muitos outros que também estão longe. “Apelamos pela internet por ser um meio barato de comunicação. Assim, mesmo estando longe, estamos perto”, diz ele.

Os dois se conheceram há cinco anos. Ela morava em Ilha Solteira, cidade que ele cursava a faculdade. Os dois foram apresentados por uma amiga em comum, e a atração foi inevitável. “Ficamos no mesmo dia, e no outro, no outro, no outro. Quando vimos já tinha se passado um ano e meio”, diz ela.

Durante esse tempo o casal já usava a internet para se comunicar. Os dois faziam faculdade em período integral e em cidades diferentes, se falavam nos intervalos das aulas. Durante a noite as idas na biblioteca eram desculpas para os dois escaparem do mundo virtual.

Depois de muitas trocas de mensagens, e-mails, fotos e declarações de amor virtual o casal resolver se desconectar. “Não sei dizer o que deu errado. Sei o que deu certo, por isso somos amigos e paqueras virtuais até hoje”, diz ele.

Ela largou a faculdade de biologia e resolveu se aventurar pela área da comunicação. Ele se formou e voltou para sua cidade, onde hoje trabalha e mora com os pais. Ela se mudou para Rio Preto há um ano e meio, onde estuda e trabalha.

Nesse meio tempo os dois tiveram relacionamentos reais. Ele namorou por dois anos e meio. Ela ficou solteira por um tempo e depois namorou por três meses, mas é do contato virtual que os dois sentiam falta.  “Não existia cobrança, não tínhamos segredos. Falávamos tudo abertamente. Disso é que sinto saudade”, diz ele.

No começo deste ano os dois se encontraram sem querer, na formatura de outro amigo em comum. “Quando ouvi o cerimonialista chamar pelo nome dele até assustei. Como o tempo passa, pensei”, diz ela.

A duas metades de um mesmo coração rmouse estavam juntas novamente. Na volta para Santa Rita do Passa Quatro ele fez uma parada em Rio Preto para rever ela. “Não sei explicar, mas a nossa atração é maior que a distância que nos separa. Bom, ela nunca nos separou”, diz ela.

De lá para cá os dois continuam a marcar encontros virtuais. Ele, lá de Santa Rita, diz que o flerte não substitui os encontros reais, mas que ajuda a superar a saudade. Ela, aqui de Rio Preto, diz que o melhor é ter momentos não-virtuais para recordar. “E assim a gente leva, tecla, troca e-mail e sonha com o próximo encontro”, diz ele.

Nenhum comentário: