terça-feira, 17 de abril de 2012

Resquícios nossos

Aconteceu...

Precisava ver seus olhos tocarem os meus. Encontrarem os meus.
Degustar da força do pulsar de seu peito contra o meu.
Sentir seu abraço quente envolver meu corpo.
Provar do gosto amargo do café, ainda sem açúcar, sem creme.
Preciso do cheiro, do tato, do gosto.

Tenho...

Já posso sentir o pulsar forte do coração, apertando o peito.
O brilho dos olhos. A força do abraço. O gosto do café.

Sim... Aconteceu.

Foi melhor do que esperava, foi algo novo. Algo que me faltava, que me completou.
Senti você.
Sua respiração ofegante. Seu calor. Seu amor.
Provei do gosto de cafeina. Do cheiro molhado de seu suor.
Da força de sua respiração.
Da sua mão, da ternura.

Acontece...

O ritmo do pulsar aumenta.
A frisson também...
O quarto se tinge de azul, amarelo, rosa, violeta, e, em pouco tempo, um verdadeiro arco íris se forma em sua volta.
Somos dois.
São apenas corpos.
Ocupamos o mesmo lugar no espaço.
Estava ali.

Ainda quero o abraço, o beijo, o eu te amo, o estava com saudade.
O peso do seu corpo.
A força da sua respiração.
O misto do seu desejo com minha ansiedade.
Sim, quero você.
E peço: "Vem sentir o calor dos lábios meus, à procura dos teus.
Vem matar esta paixão que me devora o coração".

Vem, com panamá, sem panamá.
Com amor, sem amor.
Vem com saudades, sem saudades.
Apaixonado ou não.
Vem... Apenas quero você.
Completo.
Pra mim.

Agora sim, estava tudo ali.
Tudo da forma que imaginei.
Sim, imaginei...
Você não estava, não sabia do meu desejo, não partilhava daquele momento comigo.
Não, não senti o gosto bruto do café.
Não peguei sua respiração.
Não provei seu corpo.
Seu gosto.

Imaginei...

Isso ainda não me consola por completo, mas me alegro em saber que foi bom pra você também.

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